No Brasil, cerca de 18,9 milhões de pessoas, o que corresponde a 8,9% da população, têm algum tipo de deficiência, de acordo com dados de 2023 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, ainda estamos longe de criar um ambiente digital inclusivo para essas pessoas.
O levantamento Panorama da Acessibilidade Digital, realizado em 2024 pela Hand Talk, revelou uma realidade preocupante: menos de 1% dos sites brasileiros são acessíveis.
Em um mundo em que tantas atividades do dia a dia estão migrando para as telas, é impossível não considerar a acessibilidade na hora de desenvolver qualquer estratégia de SEO (Search Engine Optimization).
Além de ser uma obrigação vigente por lei, tornar os sites acessíveis pode melhorar o desempenho nos mecanismos de busca.
E você? Está preparado para tornar seu site mais acessível e otimizado para SEO?
Neste conteúdo, vamos mostrar como a acessibilidade digital pode ser integrada às estratégias de SEO.
Vamos lá!
Foto: vectorjuice / Freepik
A importância da inclusão digital
Buscar emprego, assinar documentos, transferir dinheiro, comprar móveis para a casa e acompanhar as notícias sobre o mundo. Todas essas ações são essenciais para a vida em sociedade e estão se tornando atividades digitais graças à evolução tecnológica. Porém, nem todos os brasileiros conseguem usufruir dessa facilidade.
A luta pelos direitos das Pessoas com Deficiência não é novidade no Brasil. Organizações e movimentos sociais seguem tentando garantir inclusão, respeito e igualdade de oportunidades, o que passa pela necessidade de que a acessibilidade digital seja para todos.
Quando um site não é acessível, exclui milhões de brasileiros da possibilidade de acessar informações, serviços e oportunidades que estão ao alcance dos demais.
Leis sobre acessibilidade digital
Nem todos os profissionais e agências especializadas em SEO estão totalmente cientes da importância da acessibilidade digital. Mas já existem leis e decretos que regulamentam a questão. Confira:
Lei nº 10.098
A Lei nº 10.098 foi sancionada em 19 de dezembro de 2000 e estabelece diretrizes gerais para a promoção da acessibilidade para pessoas com deficiência.
O texto estabelece os princípios e as normas para garantir que lugares, produtos e serviços sejam acessíveis para todos, incluindo o ambiente digital.
Decreto nº 6.949
Publicado em 25 de agosto de 2009, o decreto ratifica a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. A partir desse momento, há a obrigatoriedade de criar e promover condições adequadas para que todos possam acessar a web e as tecnologias de informação.
Lei Brasileira de Inclusão da pessoa com deficiência (LBI)
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015 – LBI) é um marco na legislação nacional, pois consolidou os direitos das pessoas com deficiência ao promover a inclusão em diversos aspectos da vida.
Acessibilidade digital e SEO
Você já entendeu a importância da inclusão digital e qual é o contexto da legislação nacional. Agora, vamos ver como as técnicas de SEO on page e off page se enquadram na questão:
Classificação de pesquisa e acessibilidade
Para conseguir conquistar o topo dos resultados dos mecanismos de busca, a experiência do usuário é um fator importante. Levando em consideração que quase 9% da população brasileira pode ser classificada como PcD, podemos nos questionar o seguinte:
Será que faz sentido ignorar a experiência dessa parcela da população? Certamente, a resposta desta pergunta é: não.
Inclusive, há alguns anos, a diretora sênior do Google, Eve Andersson, publicou um artigo em que abordava o assunto. Veja um trecho:
“Sempre trabalhamos para tornar mais fácil para pessoas com necessidades de acessibilidade navegar no mundo digital, seja assistindo a um vídeo do YouTube ou lendo um site. Hoje, também queremos ajudar as pessoas a navegar no mundo físico.”
A inclusão digital é uma prioridade para o Google. Desenvolvedores de sites e especialistas em SEO também devem priorizá-la.
HTML para acessibilidade
A utilização apropriada do HTML pode ajudar a tornar um site mais acessível. Tags semânticas, como <header>, <nav>, <main>, e <footer> auxiliam os leitores de tela a entender a estrutura do site e melhoram a navegação.
DICA EXPERTA: Use as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG). O guia fornece um conjunto de recomendações para tornar o seu conteúdo web mais acessível. As diretrizes são divididas em quatro principais categorias:
- Perceptível: o conteúdo deve ser apresentado de forma que os usuários possam perceber;
- Operável: todos os componentes de interface e navegação devem ser operáveis;
- Compreensível: a informação e a operação da interface do usuário devem ser compreensíveis;
- Robusto: o conteúdo deve ser robusto o suficiente para ser interpretado por uma ampla variedade de agentes de usuário, incluindo tecnologias assistivas.
Para acessar a versão mais recente do WCAG, clique aqui.
Atributos ALT em imagens
Atributos ALT são descrições textuais adicionadas às imagens. Veja o exemplo a seguir:
Imagem: Reprodução / gov.br
O objetivo de acrescentar a ‘legenda’ é para que leitores de tela possam descrever as imagens para pessoas com deficiência visual. Eles também ajudam os mecanismos de busca a entender o conteúdo das imagens, o que pode melhorar o seu ranqueamento no Google.
Velocidade de carregamento e responsividade
A velocidade de carregamento e o design responsivo são outros fatores que entram no aspecto da experiência do usuário. Quando falamos sobre acessibilidade, a importância desses aspectos fica ainda maior.
A acessibilidade em sites não é necessária apenas para pessoas com deficiência. Idosos, pessoas com conexões de internet mais lentas e aqueles que não têm muita familiaridade com tecnologia também se beneficiam.
Imagine uma situação em que uma pessoa idosa, com pouca familiaridade com a internet, tenta acessar o seu site para fazer uma compra. Se a página demora muito para carregar ou não se ajusta corretamente à tela do dispositivo que ele está usando, a experiência será frustrante.
A velocidade da página e sua responsividade fazem toda a diferença. Ao realizar essas otimizações no site, você evita uma alta taxa de rejeição, que é uma métrica muito importante para o ranqueamento.
Cabeçalhos e estrutura de conteúdo
Quando você abriu nossa página para começar a ler este conteúdo, provavelmente, observou o índice:
No universo do SEO, isso é o que chamamos de hierarquia de conteúdos. Ok, mas para que serve?
A organização dos conteúdos de forma hierárquica facilita a navegação e a compreensão do usuário. Para isso, usamos cabeçalhos (<h1>, <h2>, <h3>…) que formam seções e subseções bem definidas.
Quando falamos sobre acessibilidade, a vantagem dessa organização é grande. Afinal, com o conteúdo em hierarquia, a navegação fica mais fácil e pode melhorar a compreensão da leitura.
Links descritivos
Já sabemos que links e SEO têm tudo a ver. Mas eles também podem ser úteis quando se trata de acessibilidade.
Você sabia que a forma como os links são descritos pode impactar diretamente a experiência de navegação para pessoas com deficiência?
Se usarmos textos genéricos, como “clique aqui” ou “saiba mais”, podemos criar confusão para usuários que dependem de leitores de tela, já que não fornecem informações suficientes sobre o destino do link e podem dificultar a navegação.
Por outro lado, os links descritivos trazem informações bem definidas sobre o destino de um link, o que é muito útil para usuários de leitores de tela. Além disso, links bem descritos ajudam os mecanismos de busca a compreenderem melhor o conteúdo da página de destino, o que pode contribuir para uma melhor classificação nos resultados de pesquisa.
Ferramentas inclusivas
Agora, vamos conhecer algumas das principais ferramentas que podem ser utilizadas para trazer mais acessibilidade aos sites:
Alt text
O alt text também é chamado de texto alternativo. Como mostramos anteriormente, é uma ferramenta usada para descrever imagens aos usuários que dependem de leitores de tela.
Quando uma imagem é adicionada a um site, podemos incluir uma descrição no campo de alt text, que deve ser clara e concisa.
Veja mais um exemplo:
Imagem: Reprodução / Ge.globo
Pesquisa por voz
A pesquisa por voz é um campo de grande interesse das estratégias de SEO. Ela permite que os usuários façam buscas usando comandos vocais em vez de digitar.
É extremamente útil para pessoas com deficiência motora, que podem ter dificuldade com a digitação. Também oferece vantagens para todos os usuários, tornando a experiência de busca mais rápida e conveniente.
Quer saber mais sobre o assunto? Leia o nosso conteúdo: “Pesquisa por voz: como impacta o SEO?”.
Legenda em vídeos
As legendas em vídeos se popularizaram nos últimos anos. Nas redes sociais, conseguimos ver esse fenômeno claramente. A prática pode ajudar pessoas que têm deficiência auditiva, pois fornece uma transcrição do áudio.
As legendas também podem ajudar pessoas que estão aprendendo um novo idioma ou que estão em ambientes onde o som não pode ser reproduzido.
Design responsivo
O design responsivo ajusta, automaticamente, o layout de um site a diferentes tamanhos de tela, como smartphones, tablets e desktops. Por que isso é importante para a acessibilidade?
A funcionalidade garante que todos os usuários, independentemente do dispositivo que estão usando, possam acessar e navegar no site.
UX writing
UX writing é uma técnica usada para criar textos claros, concisos e úteis para a interface de usuário. O objetivo é guiá-lo de maneira intuitiva pelo conteúdo.
Mudanças fáceis podem tornar o site mais simples para o usuário. Por exemplo, usar “Entrar” em vez de “Autenticar” para um botão de login. Ou implementar um botão que diga “Enviar formulário” em vez de um simples “Enviar”. Seja o mais claro possível!
Também é importante manter a mesma terminologia em toda a plataforma. Se você usa “Carrinho” para se referir ao carrinho de compras em uma página, não mude para “Cesta” em outra.
Vantagens de ter um site inclusivo
Ter um site inclusivo é uma forma de estar em conformidade com a legislação, mas também pode trazer benefícios para o seu negócio:
Aumento de captação de leads
Com um site acessível, aumentam as chances de alcançar aqueles quase 9% da população que têm algum tipo de deficiência. Mas, não somente esse público. Também beneficia idosos, pessoas com baixa conectividade ou com limitações temporárias.
Quando você torna seu site mais fácil de usar para todos, naturalmente, atrai um público maior e mais diversificado. Certamente, essa ação pode levar ao aumento de captação de leads, já que mais pessoas poderão acessar, interagir e confiar no seu conteúdo e nos seus serviços.
Diversificação do público
Para quem deseja ter mais tráfego orgânico, investir em acessibilidade é necessário. Garantir um público mais diversificado pode abrir o leque de clientes e oportunidades de negócios.
Além disso, você estará se posicionando como uma marca que se preocupa com questões relacionadas à diversidade, equidade e inclusão. Acredite: quando os usuários percebem seu compromisso com essas causas, ficam mais propensos a se tornarem defensores da sua marca.
Inovação de conteúdo
Práticas de acessibilidade, muitas vezes, incentivam inovações no design e na apresentação de conteúdo. É possível explorar diferentes formatos e reinventar a maneira como as informações são apresentadas.
Um exemplo é a transcrição de vídeos e podcasts, que tem se tornado comum. A ação torna o conteúdo mais acessível para pessoas com deficiência auditiva, o que é incrível.
Da perspectiva do SEO, essa prática traz um texto adicional que pode ser indexado pelos motores de busca, aumentando sua visibilidade.
Estratégia de SEO é com a Experta!
Como você viu, ter um site acessível pode fazer uma grande diferença no desempenho do seu site.
Na Experta, valorizamos a criação de conteúdos ricos, informativos e de alta qualidade. Estamos prontos para ajudá-lo a transformar seu site em uma plataforma inclusiva e bem posicionada nos mecanismos de busca.
Entre em contato conosco para descobrir como podemos te ajudar. Veja o que uma consultoria em SEO pode fazer pelo seu site e saia na frente dos seus concorrentes!